segunda-feira, 27 de junho de 2011

Declarações amorosas

Na verdade, aquele dia durou dois dias. Mas o que contarei agora para vocês, foi o dia que mudou de vez a minha vida e a direcionou para caminhos e escolhas diferentes.

Sem ânimo para me levantar, fiquei na cama até às 15:58, e então tomei coragem para enfrentar o que a vida estivesse preparando para mim. Tomei banho, aprontei-me e pedi algo para comer. Peguei meu diário e saí, já eram 16:53. Fui até o parque e avistei a minha árvore, mas não foi na árvore que prestei atenção, foi no rapaz que encontrava-se de pé próximo à ela, aflito.

Meu coração parou. A voz não saía. O tempo se congelou.

O rapaz avistou-me. Eu o reconheceria em qualquer lugar, não há duvidas. Era ele, era Damen. Era ele o rapaz aflito próximo à minha árvore. Eu não sabia o que fazer. Com passos pequenos e apreensivos eu me aproximava de Damen e minhas mãos tremiam. O que ele estaria fazendo aqui? E por que estaria tão preocupado? Eu tinha tantas perguntas para ele, mas... Como perguntar?

– Scarlett! Graças a Deus você está bem! – correu até mim. – Eu estava tão preocupado, quer dizer...
– D-Damen? O que... O que você faz aqui? E... Preocupado? Mas... Por quê?
– Scarlett, eu... A verdade é que... --
Quando seu irmão me ligou e disse que você iria para a capital, eu arrumei minhas malas no mesmo instante e corri até a estação, esperando conseguir te impedir, mas... Não consegui, cheguei tarde demais. Eu peguei outro trem e desde que cheguei à capital, não parei de procurá-la, eu fui em cada hotel dessa cidade procurando por Scarlett Delmondes, mas não a encontrei, e então um belo dia... Eu a vi. Bem aqui, sentada entre as raízes desta árvore, escrevendo. E eu... Me encantei com o que vi. Assim como a primeira vez que avistei teus olhos castanhos. Desde aquele primeiro dia na estação Scarlett, eu não parei de pensar em você. Você era e ainda é a única para quem tenho olhos, e a única que conseguiu deixar-me tão apaixonado que... Que nada mais me importava. Eu apenas precisava de você, mas... Tudo estava indo bem até... Até eu estragar tudo. E... Scarlett eu... Eu nunca te abandonei. – seus olhos brilhavam como nunca.
– C-como assim? – eu segurava as lágrimas.
– Desde que eu te encontrei aqui, eu nunca te abandonei. Eu estive sempre por perto, cuidando para que nada te acontecesse. Sempre. Todos os dias às duas horas da tarde eu vinha até aqui e me sentava na sua árvore, e ficava lá pensando em você até você chegar. Ah, e me desculpe por ontem, eu me distraí e você chegou mais cedo, então acabei tomando seu lugar.
– Tudo bem, eu... – me faltavam palavras, quer dizer... Isso é um sonho? Isso realmente está acontecendo? O Damen realmente está... Se declarando para mim? – Eu não sei o que dizer.

Damen se aproximou, colocando a mão em meu rosto e olhando-me nos olhos.
“Duvides que as estrelas sejam fogo. Duvides que o sol se mova. Duvides que a verdade seja mentira, mas não duvides jamais de que te amo.” – uma pequena lágrima escapou, percorrendo a superfície do meu rosto.
– Era... Era você?
– É claro que era Scarlett... Eu não disse e nem nunca diria palavras como essas para outra que não você. Tu és a única para mim. Eu prometo nunca deixá-la, e amar-te até o meu último suspiro e além.
– Eu acho que faltou uma parte... – ambos rimos. Eu já não controlava mais as lágrimas.
– Eu te amo, e nada nem ninguém pode mudar isso. – sussurrou, aproximando-se. Eram centímetros a distância que nos separava.

Scarlett Delmondes Sparks

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