segunda-feira, 27 de junho de 2011

Adeus da escritora

É, acho que esse é o fim de Scarlett e Damen. Quer dizer... a história deles nunca terá um fim, e eu não pretendia parar por aqui, mas se um dia eu decidir voltar a escrever sobre eles, prometo que postarei aqui. Enfim, gostaram da história até aqui? E mais uma vez, desculpem por ter que parar... não é algo que eu possa explicar, mas simplesmente não tenho mais inspiração, forças e vontade o suficiente para escrever como antes escrevia.

Então, para facilitar a vida de vocês, já que eu postei tudo ao mesmo tempo, aqui estão todos os posts da história na ordem, mas não vale ler os últimos primeiro pra matar a curiosidade, hein! haha

Declarações amorosas - esse post eu ia dividir pra deixar vocês curiosos, haha. pena que não deu certo... perceberam o "--"? então, eu ia dividir lá.

Ah, eu ainda vou aparecer uma última vez lá no outro blog. Obrigada por tudo, tudo mesmo.
Como eu acho que aqui será a última vez que eu postarei algo, gostaria de dizer adeus, um adeus da escritora, no caso, eu Dreams, um adeus de Scarlett, Damen, Jean Charles, Nona, Cameron, Taylor e Johnny. Vou sentir saudades.
Milhares de beijos, Dreams.

"Eu sorria. Sorria sem limites."

Ele havia se declarado. Mas... Havia ainda uma coisa... Algo que poderia nos separar. Bom, na verdade, nada poderia realmente nos separar, pois nossos corações já estavam conectados de tal forma que nada mais os separava.

Os lábios de Damen estavam prontos para alcançar os meus, mas em um súbito o empurrei para longe.
– NÃO! Não, não, não! – repetia, tentando convencer a mim. – Isso não pode acontecer!
– Mas... Por que não, Scarlett? Você... Você não me ama, é isso? – seus olhos foram tomados de tristeza.
– Não... Não é isso, Damen, mas... Quer dizer... Você é comprometido!
– Eu? – surpreendeu-se. – De onde você tirou essa besteira, Scarlett? Ah, já sei. Stephany. – ouvir seu nome saindo da boca de Damen, foi como uma espada atravessando-me o coração.
– Então... É esse o nome dela?
– Não, quer dizer, é, mas você entendeu tudo errado! Sim, eu namorava Stephany, mas apenas por obrigação! Eu nunca a amei, e nunca vou amar! Logo depois de ter te visto pela primeira vez, eu disse aos meus pais que não daria, que eu não poderia mais seguir com aquela farsa, pois meu coração já pertencia à outra. Você Scarlett, só você. – sorriu, aproximando-se novamente. Dessa vez eu não o empurraria. Dessa vez, eu deixaria meu coração falar mais alto.

Lentamente, seus lábios macios tocaram os meus, e mais uma vez o tempo se congelou e o mundo resumiu-se a nós dois. Nada poderia estragar aquele momento, era o meu momento. O gosto doce de seu beijo tomava-me todo o corpo, fazendo-me flutuar. Ao nosso redor havia uma bolha de amor, indestrutível. Nunca em minha vida inteira havia me sentido assim, tão... Feliz.

– Scarlett, eu te amo... – sussurrou, segurando meu rosto com as duas mãos, nossas testas coladas.
– Eu também te amo, Damen. – eu sorria. Sorria sem limites.

Scarlett Delmondes Sparks

Declarações amorosas

Na verdade, aquele dia durou dois dias. Mas o que contarei agora para vocês, foi o dia que mudou de vez a minha vida e a direcionou para caminhos e escolhas diferentes.

Sem ânimo para me levantar, fiquei na cama até às 15:58, e então tomei coragem para enfrentar o que a vida estivesse preparando para mim. Tomei banho, aprontei-me e pedi algo para comer. Peguei meu diário e saí, já eram 16:53. Fui até o parque e avistei a minha árvore, mas não foi na árvore que prestei atenção, foi no rapaz que encontrava-se de pé próximo à ela, aflito.

Meu coração parou. A voz não saía. O tempo se congelou.

O rapaz avistou-me. Eu o reconheceria em qualquer lugar, não há duvidas. Era ele, era Damen. Era ele o rapaz aflito próximo à minha árvore. Eu não sabia o que fazer. Com passos pequenos e apreensivos eu me aproximava de Damen e minhas mãos tremiam. O que ele estaria fazendo aqui? E por que estaria tão preocupado? Eu tinha tantas perguntas para ele, mas... Como perguntar?

– Scarlett! Graças a Deus você está bem! – correu até mim. – Eu estava tão preocupado, quer dizer...
– D-Damen? O que... O que você faz aqui? E... Preocupado? Mas... Por quê?
– Scarlett, eu... A verdade é que... --
Quando seu irmão me ligou e disse que você iria para a capital, eu arrumei minhas malas no mesmo instante e corri até a estação, esperando conseguir te impedir, mas... Não consegui, cheguei tarde demais. Eu peguei outro trem e desde que cheguei à capital, não parei de procurá-la, eu fui em cada hotel dessa cidade procurando por Scarlett Delmondes, mas não a encontrei, e então um belo dia... Eu a vi. Bem aqui, sentada entre as raízes desta árvore, escrevendo. E eu... Me encantei com o que vi. Assim como a primeira vez que avistei teus olhos castanhos. Desde aquele primeiro dia na estação Scarlett, eu não parei de pensar em você. Você era e ainda é a única para quem tenho olhos, e a única que conseguiu deixar-me tão apaixonado que... Que nada mais me importava. Eu apenas precisava de você, mas... Tudo estava indo bem até... Até eu estragar tudo. E... Scarlett eu... Eu nunca te abandonei. – seus olhos brilhavam como nunca.
– C-como assim? – eu segurava as lágrimas.
– Desde que eu te encontrei aqui, eu nunca te abandonei. Eu estive sempre por perto, cuidando para que nada te acontecesse. Sempre. Todos os dias às duas horas da tarde eu vinha até aqui e me sentava na sua árvore, e ficava lá pensando em você até você chegar. Ah, e me desculpe por ontem, eu me distraí e você chegou mais cedo, então acabei tomando seu lugar.
– Tudo bem, eu... – me faltavam palavras, quer dizer... Isso é um sonho? Isso realmente está acontecendo? O Damen realmente está... Se declarando para mim? – Eu não sei o que dizer.

Damen se aproximou, colocando a mão em meu rosto e olhando-me nos olhos.
“Duvides que as estrelas sejam fogo. Duvides que o sol se mova. Duvides que a verdade seja mentira, mas não duvides jamais de que te amo.” – uma pequena lágrima escapou, percorrendo a superfície do meu rosto.
– Era... Era você?
– É claro que era Scarlett... Eu não disse e nem nunca diria palavras como essas para outra que não você. Tu és a única para mim. Eu prometo nunca deixá-la, e amar-te até o meu último suspiro e além.
– Eu acho que faltou uma parte... – ambos rimos. Eu já não controlava mais as lágrimas.
– Eu te amo, e nada nem ninguém pode mudar isso. – sussurrou, aproximando-se. Eram centímetros a distância que nos separava.

Scarlett Delmondes Sparks

Declarações dolorosas

Foram três meses inteiros o tempo que consegui ficar sem ver Damen, e sem contar com as horas pensando nele e os inúmeros sonhos, eu estava indo bem. Até aquele dia.

Sai do hotel às 15:39 e fui em direção ao parque, com meu diário debaixo do braço como sempre. Chegando lá, de longe avistei minha árvore, mas o espaço entre suas raízes estava sendo ocupado por um rapaz, então procurei por algum lugar vazio, e encontrei uma outra árvore, quase de frente para aquela árvore, mas um pouco afastada. Sentei-me entre suas raízes, abri o diário, e comecei a escrever, e após escrever algumas coisas sobre meu dia e o quando eu senti falta daquele sorriso de canto esta manhã, fui até a página da música que estava escrevendo e adicionei mais um verso.

Eu te amo, e nada nem ninguém pode mudar isso! Eu prometo nunca deixá-la, e amar-te até o meu último suspiro e além. – pude ouvir um rapaz declarando-se. Sua voz parecia tão próxima e estava tão clara que até parecia que ele estava bem do meu lado.

Fechei o diário e o apertei contra o peito, pressionando os olhos com força, tentando aprisionar em mim toda a dor que eu estava sentindo. Nesses três meses que estive aqui, nunca doeu tanto como hoje. Nunca senti tanta vontade de chorar como hoje. Nunca desejei tanto estar de volta à minha cidade somente para poder ver Damen mais uma vez como hoje. Nunca necessitei tanto ouvir sua voz levemente rouca como hoje. Nunca quis tanto sentir novamente seu toque como hoje. Nunca precisei ver seus olhos verdes calorosos e intensos como hoje. Nunca senti tanto a presença de Damen como hoje. Nunca quis nunca tê-lo conhecido como hoje.

– “Duvides que as estrelas sejam fogo. Duvides que o sol se mova. Duvides que a verdade seja mentira, mas não duvides jamais de que te amo.” – ouvi novamente o rapaz, ainda mais próximo, como se estivesse dizendo aquelas palavras para mim.

Shakespeare... Boa escolha, um de meus preferidos.

A dor no peito voltou com toda a força e mais, eu não estava aguentando. Minha vontade era de gritar até não ter mais voz, e chorar até não ter mais lágrimas. Levantei-me rapidamente e saí do parque às pressas, indo em direção ao hotel. A dor era insuportável. Eu não queria mais isso... Eu nunca quis, na verdade. Mas agora que está feito, está feito. Não tem como voltar a trás, agora é encarar a dor de não ter Damen ao meu lado, e de nunca poder tê-lo. Nunca.

Scarlett Delmondes Sparks

"Esquecer Damen era uma missão"

Esquecer Damen era uma missão que eu tinha de cumprir. Pelo menos naquela época era o que eu pensava...

Hospedei-me em um hotel já bem conhecido de minha família, e foi por lá que passei três meses inteiros sem nenhuma ligação com minha cidade, tirando as cartas que eu mandava e recebia de vez em quando de minha mãe, Nona e Tay. Jean havia sido convocado pelas forças armadas no primeiro mês, assim como Johnny.

Eram 15:45 quando eu saí do hotel e fui para um parque não muito longe dali, onde havia um lago imenso, e em sua volta muitas e muitas árvores, além de animais e flores das mais diversas. Todos os dias pela tarde eu vinha até esse parque junto de meu diário, e então sentava-me entre as raízes de uma árvore, a mesma árvore todas as vezes, e então passava o resto da tarde escrevendo sobre como está sendo esse tempo longe de tudo, e nos últimos dias, venho escrevendo uma música, e escrevi também uma carta. Para ele. Uma carta que pretendo nunca entregar. Uma carta que ele nunca lerá.

“Caro Damen, receio informar-te que roubou algo que me pertence. Algo que sempre me pertenceu, e homem nenhum jamais o obteve. Meu coração. É, você o roubou. Não sei se já percebestes isso... Espero que não, pois o teu coração já foi roubado por alguém. Alguém que não sou eu. E é este o motivo de todas as minhas lágrimas, de todas as minhas dores e angústias. Mas, por favor, não se culpe por nada, isso tudo foi culpa minha. Pura tolice. Pura ingenuidade. Eu fui completamente, totalmente, e absolutamente ingênua e tola. Ingênua por não ver. Ingênua por não perceber, que mais cedo ou mais tarde, eu me encantaria por você. Tola por não entender. Não entender que você não é para mim, assim como eu não sou para você. Somente peço desculpas por qualquer transtorno que posso ter causado em sua vida, e que eu prometo, nunca mais irei perturbá-lo. Antes que eu me esqueça, uma última coisa... Eu te amo. E é por isso que digo: adeus. Com amor, Scarlett.”

Scarlett Delmondes Sparks

Adeus

Eu ainda posso sentir o gosto doce de seus lábios nos meus, e o formigamento na pele toda vez que ele me tocava. Eu ainda me lembro do nosso último beijo, e recuso-me a deixá-lo partir de minha memória.

– Sem discussões mamãe, por favor, eu quero ir agora para a capital.
– Mas suas passagens são apenas para daqui uma semana.
– Eu compro novas passagens na estação, eu apenas preciso sair daqui! Mamãe, por favor, entenda que eu apenas preciso ir embora. – implorei à ela com os olhos cheios d’água.
– Bom, se é o que desejas... Então vamos até a estação, vá despedir-se.

Alguns minutos atrás...

Lembrando-me da situação em que Damen se encontrava, empurrei-o o mais forte que consegui.
– Ah meu Deus! O que... Isso não podia ter acontecido, não podia, não podia!
– S-Scarlett... Me desculpe, por favor, eu não...
– Adeus, Damen. – corri até Tex e o montei, saindo em disparada, conseguindo apenas ouvir um grito de “espere”.

Agora...

Despedi-me de Nona e Taylor. Eu, Jean e minha mãe partimos até a cidade, e logo chegamos. Jean comprou as passagens enquanto eu me despedia de minha mãe. O trem logo passaria na estação.
– Aqui estão as passagens Scar. Tome cuidado, hein irmãzinha! – abraçou-me forte.
– Vou tomar. Sentirei saudades Jean... E você também se cuide, viu?
– Mas é claro irmã. Você vai fazer falta, sua pentelha.
Esperamos por alguns poucos minutos e o trem chegou. Embarquei.
Agora, a única coisa que tenho a dizer, é adeus Damen. Até nunca mais. Eu espero.

Scarlett Delmondes Sparks

"Eu o amava, sem mais"

Eu sempre pude contar com o apoio de Jean, sempre. Ele foi um dos meus motivos para lutar por este amor, e sempre agradeci à ele e à todos que me ajudaram a correr atrás do que eu sempre quis.

Algumas horas depois do almoço, decidi cavalgar um pouco com Tex, preparei-o e montei.

Segui pelos campos próximos ao sítio, até encontrarmos uma clareira. Os raios de sol reluziam em cada pétala de flor, todas amarelas e brancas. Era lindo. Desci de Tex e comecei a andar por entre as tantas flores, sentindo o vento bater em meu rosto e fazer meus cabelos voarem, trazendo à mim o perfume das mais diversas flores. Abri os braços, deixando o vento bater contra meu corpo, dando-me a incrível sensação de poder voar.

– Esta sensação é incrível, não é mesmo? – sussurrou em meu ouvido uma voz doce, pondo as duas mãos em minha cintura. No mesmo instante, recolhi meus braços e me afastei de seu corpo, virando-me de frente para ele. – Calma Scarlett, sou eu, Damen.
– E é exatamente por isso que você não devia fazer isto, e muito menos estar aqui. Eu não devia estar aqui. Vou voltar para o sítio, com licença. – apressei-me até Tex, mas Damen segurou-me pelo braço, e sorrindo com os olhos disse:
– Fique. Por favor. – sorriu gentilmente.
– Eu já vi essa cena antes.
Damen riu baixo, soltando meu braço. – Desculpe. Mas, por favor, não vá. Eu não quero que você vá.
– Tudo bem, mas apenas até o pôr-do-sol. – sorriu triunfante.

Nos sentamos no meio das flores e conversamos, até o céu passar de azul para laranja.
– Acho que eu tenho que ir.
– Mas... Bom, foi o combinado... Eu apenas... Queria poder congelar o tempo, e nunca mais ter de sair desse lugar... Nunca mais ter de sair do teu lado. – olhava-me com aquele olhar caloroso e intenso.
– O que você está olhando?
– Os seus olhos... E o quão lindos e encantadores são. Sabe, dizem que os olhos são a chave para a alma, e que um olhar pode falar mais do que mil palavras
– E o que o meu diz?
– Que eu devo fazer isto. – calmamente seu rosto aproximava-se do meu, fazendo meu coração acelerar cada centímetro mais próximo, meu corpo não reagia aos comandos de meu cérebro, ele apenas ficava parado, ouvindo meu coração, e esperando ele agir. Seus lábios macios tocaram os meus, fazendo-me voar por entre as mais altas nuvens. Sua mão pousara em meu rosto. Neste momento nada importava, éramos apenas eu e ele.
Eu o amava, sem mais.

Scarlett Delmondes Sparks